terça-feira, 30 de setembro de 2008

um minuto


O vento parece que não pára, a vida eu sei que não para.
As pessoas mais simples são as mais interessantes.
Os outros sempre te olham, com o que você pode oferecer, assim caminha a cidade.
Triste mais real, custam a entender que existem mais coisas atrás, mais sabedoria!

O Ponto é lá, a ponte que tenho que atravessar sozinha.Medo? Nenhum.
Já desmistifiquei os falsos profetas.......eu estou lá, junto ao raio laiser........

Dizem que eles vão chegar agora dia 14/10/2008.Será????

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cinza ou Prata?

Um ponto, um ponto,um ponto de partida pra começarmos algo.Quando o ponto não vem e ficamos num papel em branco?

Nosso interior é um emaranhado de pensar e daqui e pra lá, assim vai numa fração de segundos, até que paramos enrolamos a linha, o ponto perdido no universo aparece e desliza...

Disse ao manobrista que minha cabeça fica -bibibibibi!!!ele deu risada

Hoje o dia estava cinza a cor desta cidade, as pessoas também cinzas e apáticas.

A cor cinza de São Paulo poderia ser PRATA se meus olhos deixarem!

Contudo tenho o relógio de força quebrado pela metade.Meia força! A meia força a casa no improviso, como uma rica música pela metade, mas ainda sem ponto no papel! Agradar aos ouvidos de prata dos olhos que não vêem.

O temperamento dos vizinhos e conhecidos: cinzas e como!!! ...os miseráveis de Setsuan de Brecht......tem que se esconder ou se disfarçar???

Ai vejo surpreendentemente numa sala de machistas um Magritte de cara de laranja.

Cara de laranja? Em minha direção e com seu verdadeiro rosto coberto pela laranja.

Homem laranja? sim um imbecil.

-GRITE antes que seja tarde!!!

Isso caiu como uma luva na segunda cinza.Prata aos olhos de quem vive renascendo das cinzas ou tentando ver brilho!

Como desenhar o burbulho interno???

sábado, 6 de setembro de 2008

A Mesa e a Vida...


Na semana que passou fui a um lugar, aqui no Pacaembú e fiquei encantada com os painéis que estavam numa sala grande.

Em especial um do Kazuo Ono com seu espetáculo no Sesc em 1986 com a “La Argentina”

Lembrei então que 1997, eu o assisti aqui no Brasil, estava grávida e sentei bem na frente e presenciei o maior espetáculo que já vi na minha vida, uma coisa linda.......algo que não se explica, se sente, se emociona, se envolve...

-O que era aquilo?!?

- Era o mestre Kazuo Ono!!! E seu Butoh!!!

A dança e a interpretação dele é como tocar os Deuses!

Vi que no painel havia um lindo poema:


Uma Mesa

uma pequena mesa laqueada em vermelhão

para um bebê

para seu primeiro festim quando nasceu

uma mesa luxuosa para a boda

uma mesa solitária preparada pela família

para um soldado na frente

uma mesa oferecida aos ancestrais mortos

uma mesa é um mundo invisível

uma pequena tábua de união com o outro mundo

como seria

a mesa para um embrião

no ventre da sua mãe?

Foi meu sonho por um longo tempo

converter-me em uma mesa de um bebê que não tenha nascido.

KAZUO ONO